Reta Final – CPI dos Frigoríficos ouve mais cinco testemunhas

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A próxima reunião está programada para o dia 13 de setembro, às 9 horas, na sala 202, com novas oitivas

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Frigoríficos realizou, nesta terça-feira (31), mais uma rodada de oitiva com a participação de cinco testemunhas convocadas pela equipe técnica. Esta é a última fase relacionada a depoimentos, que segue por mais alguns meses até a confecção do relatório final. O documento será remetido ao Ministério Público Estadual, Ministério Público Federal, Tribunal de Contas do Estado, Tribunal de Justiça e Poder Executivo..

Na oitiva de hoje, foram ouvidos o representante do Frigorífico Juruena, Augusto de Freitas Martins; o diretor do Frigorífico Pantanal, Luis Antonio de Freitas Martins; o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Pontal Amazônia, de Alta Floresta, José Evandro Navarro; a proprietária de plantas frigoríficas Atacama, de Nova Monte Verde, Ana Lúcia Ferrari; e a presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Frigoríficos de Tangará da Serra, Nilda Leão.

O primeiro depoente foi a representante do grupo Atacama, que pouco contribuiu com a CPI. Durante suas declarações, afirmou que a empresa arrematou judicialmente o frigorífico do município de Nova Monte Verde e fechou-o em 2011. “A crise financeira foi um dos principais motivos de encerrarmos as atividades. Atualmente, não temos interesse em reabrir as portas”, apontou ela.

Depois foi a vez do empresário Augusto de Freitas depor. Ele disse que o Frigorífico Juruena iniciou as atividades em 2007 por acreditar no potencial da região, no entanto, ficou decepcionado com os resultados obtidos. “Com a promessa do asfaltamento das estradas na região, estávamos com a expectativa de crescimento, mas isso não aconteceu, gerando frustração. O resultado foi o fechamento da planta frigorífica, mas temos interesse em reabrir a empresa”, adiantou Freitas.

Conforme o balanço do plantel bovino, num raio de 360 quilômetros, divulgado pela equipe técnica da CPI dos Frigoríficos, a região de Mirassol D’Oeste possui mais de cinco milhões de cabeças, com abate anual de 865.066 e abate diário de 2.772 cabeças.

Com relação ao plantel bovino da região de Juruena, o montante chega a 5.500.274 (milhões) de cabeças, com abate anual de 935.046. A região de Nova Monte Verde possui 4.779.114, com abate anual de 812.449, o que deixou os membros da comissão preocupados com os números apresentados, devido ao número de abate diário, que é de 2.609 cabeças. “São plantas que atendem a todas as expectativas com empregos e interesse de investidores para reabertura de novas empresas”, afirmou o presidente da CPI, deputado Ondanir Bortolini (PSD), Nininho.

Na sequência, os deputados ouviram o depoimento do proprietário do Frigorífico Pantanal, de Juara, Luis Antonio Freitas Martins. Durante os questionamentos, Freitas Martins disse que o frigorífico paralisou as atividades em 2010, após negociação com a empresa JBS.

“A locação da nossa indústria para a JBS foi em comum acordo com toda a diretoria, e eles cumpriram o acordo financeiro e contratual”, comentou. “Foi um contrato de cinco anos devido à crise financeira, depois disso com contrato encerrado, a empresa voltou para nosso grupo, e temos interesse em reabrir a planta”, opina ele.

Vale ressaltar que, em Tangará da Serra, o plantel bovino, num raio de 360 quilômetros, é calculado em 4.292.077, com abate diário de 2.338 cabeças. “Todos os contratos de locação firmados de frigoríficos de Tangará da Serra foram com o grupo JBS, que, posteriormente, fecharam as plantas”, mostrou Freitas Martins.

O depoimento do presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Pontal Amazônia de Alta Floresta, José Evandro Navarro, colaborou com os trabalhos da CPI. Ele falou do impacto financeiro negativo que causou com o fechamento das plantas na região.

“Está sendo uma fase difícil, com alto índice de desemprego e segmento econômico abaixo do esperado. Muitas pessoas tiveram que partir para outro ramo, como o garimpo”, explicou ele.

Conforme depoimento de Navarro, a indústria da carne na região era a maior e empregava muitas pessoas. Com a paralisação das atividades dos frigoríficos, o número de ações no sindicato aumentou. “O montante é muito grande e há famílias passando necessidades para sobreviver porque estão há vários meses desempregadas”, apontou ele.

A última testemunha a depor foi a presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Frigoríficos de Tangará da Serra, Nilda Leão. Na oportunidade, ela citou os mesmos exemplos negativos mostrados pelo representante de Alta Floresta.

“A situação é preocupante, e entendo que a região tem potencial para reabertura dessas plantas e mudar o quadro caótico de desemprego no setor da pecuária”, acredita ela.

A próxima reunião da CPI dos Frigoríficos está programada para o dia 13 de setembro, às 9 horas, na sala 202, quando acontecem novas oitivas.

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